6. Foram obrigados a habitar nos desfiladeiros escuros, nas cavernas da terra e dos penhascos.
7. Rugem entre os arbustos, ajuntam-se amedrontados sob os espinheiros.
8. São filhos de insensatos, filhos de gente sem nome; foram enxotados da terra.
9. Entretanto, neste momento, me tornei tema para suas canções e lhes sirvo de metáfora e dito popular.
10. Essa gente me odeia, tais pessoas se afastam de mim; não hesitam em cuspir em meu rosto.
11. Agora que Deus afrouxou a corda do meu arco de guerra e me prova com humilhação, eles sacudiram para longe de si os freios diante da minha face.
12. À direita esses impiedosos me atacam; preparam ciladas para os meus pés e constroem rampas de cerco contra mim.
13. Destroem a minha vereda, promovem a minha calamidade, não há quem consiga detê-los.
14. Avançam como por uma enorme brecha, precipitam-se violentamente por entre as ruínas.
15. Sobrevieram-me temores horríveis; vejo a minha dignidade sendo varrida pelo vento; meus sentimentos de paz e segurança se desfizeram como uma nuvem no céu.
16. E agora vejo a minha vida definhando; estou preso a dias de sofrimento.
17. A própria noite penetra os meus ossos; minhas dores me torturam sem cessar.
18. Em seu grande poder, Deus agarrou-me pela garganta com tanta violência que desfigurou toda a minha roupa; aperta-me com a própria gola da minha túnica.
19. Lança-me na lama, e me vejo reduzido a pó e cinza.
20. Clamo a ti, e não me respondes; coloco-me em pé, e não atentas aos meus rogos.