4. Assim que meu amado passou a mão pela abertura da fechadura, meu coração palpitou mais forte e todo o meu corpo estremeceu por causa da sua presença.
5. Então me levantei para abrir a porta ao meu amado. As minhas mãos destilaram mirra, e os meus dedos gotejavam perfume sobre a maçaneta da tranca.
6. Eu abri a porta ao meu amado, mas ele já havia partido, já tinha ido embora. Quase desfaleci porque ele se fora. Procurei-o então, mas não consegui revê-lo; clamei-o, contudo ele não me respondeu.
7. Encontraram-me os guardas quando faziam a ronda. Os guardas dos muros agrediram-me, feriram-me e arrancaram meu manto.
8. Ó amigas, mulheres de Jerusalém, eu as faço jurar: se encontrardes o meu amado, dizei-lhe que caí enferma de amor!
9. Ora, bela noiva, que diferença pode haver entre o teu amado e outro homem qualquer, ó tu, a mais formosa entre todas as mulheres de Israel? Que é o teu amado mais do que outro amado, para que nos obrigue a jurar?
10. O meu amado é alvo e está com a pele rosada do sol; ele é o mais forte e bonito entre dez mil homens.
11. A sua cabeça é como o ouro mais refinado, os seus cabelos ondulam ao vento como os ramos de palmeira; pretos como a plumagem dos corvos.
12. Os seus olhos são como os olhos das jovens pombas junto aos regatos de água pura, lavados em leite, incrustados como finas joias em seu rosto.