10. porquanto não fechou as portas do ventre de minha mãe, nem escondeu dos meus olhos a aflição.
11. Por que não morri ao nascer? por que não expirei ao vir à luz?
12. Por que me receberam os joelhos? e por que os seios, para que eu mamasse?
13. Pois agora eu estaria deitado e quieto; teria dormido e estaria em repouso,
14. com os reis e conselheiros da terra, que reedificavam ruínas para si,
15. ou com os príncipes que tinham ouro, que enchiam as suas casas de prata;
16. ou, como aborto oculto, eu não teria existido, como as crianças que nunca viram a luz.
17. Ali os ímpios cessam de perturbar; e ali repousam os cansados.
18. Ali os presos descansam juntos, e não ouvem a voz do exator.
19. O pequeno e o grande ali estão e o servo está livre de seu senhor.
20. Por que se concede luz ao aflito, e vida aos amargurados de alma;
21. que anelam pela morte sem que ela venha, e cavam em procura dela mais do que de tesouros escondidos;
22. que muito se regozijam e exultam, quando acham a sepultura?
23. Sim, por que se concede luz ao homem cujo caminho está escondido, e a quem Deus cercou de todos os lados?
24. Pois em lugar de meu pão vem o meu suspiro, e os meus gemidos se derramam como água.
25. Porque aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece.
26. Não tenho repouso, nem sossego, nem descanso; mas vem a perturbação.