16. E propôs-lhes uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância:
17. E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
18. E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
19. E direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos: descansa, come, bebe e folga.
20. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?
21. Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.
22. E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis; nem pelo corpo, sobre o que vestireis.
23. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que o vestido.
24. Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves?
25. E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura?
26. Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?
27. Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
28. E, se Deus assim veste a erva, que hoje está no campo, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?