4. Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro.
5. Se deveras vos levantais contra mim, e me arguis pelo meu opróbrio,
6. Sabei agora que Deus é o que me transtornou, e com a sua rede me cercou.
7. Eis que clamo: Violência! Porém não sou ouvido. Grito: Socorro! Porém não há justiça.
8. O meu caminho entrincheirou, e já não posso passar, e nas minhas veredas pôs trevas.
9. Da minha honra me despojou; e tirou-me a coroa da minha cabeça.
10. Derrubou-me ele por todos os lados, e eu me vou; e arrancou a minha esperança, como a uma árvore.
11. E fez inflamar contra mim a sua ira, e me reputou para consigo como a seus inimigos.
12. Juntas vieram as suas tropas, e prepararam contra mim o seu caminho, e acamparam ao redor da minha tenda.
13. Pôs meus irmãos longe de mim, e os que me conhecem deveras me estranharam.
14. Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim.
15. Os meus domésticos e as minhas servas me reputaram como um estranho, e vim a ser um estrangeiro aos seus olhos.
16. Chamei meu criado, e ele não me respondeu, suplicando-lhe eu por minha própria boca.
17. O meu hálito se fez estranho à minha mulher, e eu lhe suplico pelos filhos do meu corpo.
18. Até os pequeninos me desprezam, e levantando-me eu, falam contra mim.
19. Todos os homens do meu secreto conselho me abominam, e até os que eu amava se voltaram contra mim.
20. Os meus ossos se apegaram à minha pele e à minha carne, e escapei só com a pele dos meus dentes.
21. Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou.
22. Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne não vos fartais?