3. E levantei os meus olhos, e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha dois chifres; e os dois chifres eram altos, porém um era mais alto do que o outro; e o que era mais alto subiu por último.
4. Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais podia resistir diante dele, nem havia quem livrasse da sua mão; e fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia.
5. E estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, e não tocava a terra; e aquele bode tinha um chifre notável entre os olhos;
6. E vinha ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto em pé diante do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força.
7. E o vi chegar perto do carneiro, e se irritou contra ele, e feriu o carneiro, e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para resistir diante dele, e o lançou por terra, e o pisou aos pés; e não houve quem livrasse o carneiro da sua mão.
8. E o bode se engrandeceu sobremaneira; mas estando na sua maior força, aquele grande chifre foi quebrado; e subiram no seu lugar outros quatro notáveis, para os quatro ventos do céu.
9. E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa.
10. E se engrandeceu até contra o exército do céu; e a alguns do exército, e das estrelas, deitou por terra, e os pisou.
11. E se engrandeceu até contra o príncipe do exército; e por ele foi tirado o contínuo sacrifício, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra.
12. E o exército lhe foi entregue com o sacrifício contínuo, por causa das transgressões; e lançou a verdade por terra, e o fez, e prosperou.
13. Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício, e da transgressão assoladora, para que sejam entregues o santuário, e o exército, para serem pisados?
14. E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.
15. E aconteceu que, havendo eu, Daniel, visto a visão, busquei o entendimento, e eis que se apresentou diante de mim um com a aparência de homem.
16. E ouvi uma voz de homem entre as margens do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão.