23. O rei de Israel mandou preparar-lhes um grande banquete e eles comeram e beberam. Depois mandou-os embora e eles voltaram para o seu rei. Desde então os arameus deixaram de fazer incursões em território israelita.
24. Algum tempo depois, Ben-Hadad, rei da Síria, mobilizou todo o seu exército contra Israel e pôs cerco à cidade de Samaria.
25. Como resultado do cerco, a falta de comida na cidade era tão grande que uma cabeça de jumento custava oitenta moedas de prata e um quarto de litro de esterco de pomba, cinco moedas de prata.
26. Um dia em que o rei passeava pela muralha, uma mulher gritou: «Socorro, Majestade!»
27. O rei respondeu: «Se o Senhor não te ajuda, como queres que eu o faça? Já não há reservas, nem de trigo, nem de vinho.
28. Que te aconteceu?» Ela respondeu: «Esta mulher que aqui está disse-me que nós comíamos o meu filho e no dia seguinte comíamos o dela.
29. Cozinhámos então o meu filho e comemo-lo. No outro dia, eu disse-lhe para comermos o filho dela, mas ela escondeu-o.»
30. Ao ouvir isto, o rei rasgou as suas vestes de indignação e os que estavam perto da muralha viram que, por baixo das vestes, ele trazia um tecido áspero junto ao corpo.
31. O rei então exclamou: «Que Deus me castigue severamente, se eu não cortar hoje a cabeça a Eliseu, filho de Chafat!»
32. Eliseu estava em sua casa, e os anciãos do lugar estavam lá com ele. O rei mandou à frente um mensageiro, mas, antes que o mensageiro lá chegasse, Eliseu disse aos anciãos: «Vejam isto! Aquele assassino enviou aqui alguém para me cortar a cabeça. Mas prestem atenção! Quando esse homem chegar, fechem a porta e impeçam-no de entrar, pois ouvem-se já os passos do rei, que vem atrás dele.»
33. Estava Eliseu ainda a falar com eles, quando o mensageiro se apresentou e disse: «Já que esta desgraça nos foi enviada pelo Senhor, que mais posso esperar dele?»