19. Porque isso não lhe entra na alma, mas vai para o estômago e depois sai.» Jesus mostrou com isto que todos os alimentos são próprios para comer.
20. E disse mais: «Aquilo que vem de dentro das pessoas é que as torna impuras.
21. Do seu íntimo vêm os maus pensamentos e tudo o que as leva à imoralidade, ao roubo, ao crime,
22. ao adultério, à avareza, à malícia, à mentira, à devassidão, à inveja, à calúnia, ao orgulho e à loucura.
23. Todos esses males vêm do íntimo das pessoas e é isso que as torna impuras.»
24. Saindo dali, Jesus foi para os arredores da cidade de Tiro. Entrou numa casa e não queria que ninguém soubesse onde ele estava. Mas não conseguiu esconder-se.
25. Uma certa mulher, que tinha uma filha com um espírito mau, ouviu falar de Jesus, procurou-o e foi ajoelhar-se aos seus pés.
26. Ela era estrangeira de origem fenícia. Pediu a Jesus que expulsasse da filha o espírito mau,
27. mas ele respondeu-lhe: «Deixa primeiro que os filhos fiquem satisfeitos. Não está certo pegar no pão dos filhos e lançá-lo aos cães.»
28. E ela insistiu: «Sim, Senhor, mas também os cães comem debaixo da mesa as migalhas que os filhos deixam cair.»
29. Então Jesus concluiu: «Dizes muito bem! Podes voltar para casa porque o espírito mau já saiu da tua filha.»
30. Quando a mulher chegou a casa encontrou a menina deitada a descansar. O espírito mau já tinha saído dela.
31. Jesus saiu da região de Tiro, passou por Sídon, seguiu em direção ao lago da Galileia e dali para o território das Dez Cidades.
32. Trouxeram-lhe então um surdo que também falava com dificuldade e pediram a Jesus que pusesse as mãos sobre ele para o curar.
33. Jesus afastou-se da multidão, levou-o consigo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe na língua com saliva.
34. Em seguida, levantou os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá, que quer dizer, «abre-te».
35. Os ouvidos do homem abriram-se imediatamente, a língua desprendeu-se e ele começou a falar bem.
36. Jesus disse a todos os que ali estavam que não espalhassem a notícia. Mas quanto mais ele dizia que não falassem mais eles contavam o que tinha acontecido.