14. E os homens, as mulheres e as crianças morrerão de fome. Antes mesmo de entrarmos na cidade, com as nossas espadas, as ruas já estarão cobertas com os corpos dos mortos.
15. Assim, comandante supremo, os israelitas pagarão caro por se terem revoltado contra ti, em vez de se entregarem sem luta.»
16. Holofernes e os seus oficiais gostaram da ideia dos chefes e mandaram fazer o que tinham sugerido.
17. As tropas moabitas e cinco mil soldados assírios foram, acamparam no vale e ocuparam as fontes que abasteciam de água a cidade de Betúlia.
18. As tropas dos edomeus e amonitas subiram e acamparam nas montanhas que ficam em frente de Dotã. Dali mandaram um grupo de soldados para sudeste, na direção da cidade de Egrebel, perto de Cuche, à beira do ribeiro de Mocmur. O resto do exército assírio acampou na planície e cobriu toda a região. As suas tendas e bagagens formavam um enorme acampamento, porque o exército era imenso.
19. Então os israelitas perderam toda a coragem e oraram alto, pedindo socorro ao Senhor, seu Deus, pois os inimigos tinham-nos cercado completamente e não havia maneira de escaparem.
20. O exército assírio, com toda a sua infantaria, os seus carros de guerra e a sua cavalaria, cercou Betúlia durante trinta e quatro dias. Então acabou-se toda a água, que os moradores da cidade tinham guardado em jarros,
21. e os reservatórios já estavam a ficar vazios. Foi preciso racionar a água e não havia um dia em que as pessoas pudessem beber o que quisessem.
22. As crianças estavam a ficar fracas, as mulheres e os jovens perdiam as forças, desmaiavam de sede e ficavam caídos nas ruas e nas praças.
23. Então todos os homens, mulheres, jovens e crianças, isto é, todos os moradores da cidade, reuniram-se ao redor de Uzias e das autoridades e começaram a reclamar e a gritar em frente de todos os chefes. Disseram:
24. «Deus que decida quem tem razão, se vocês ou nós! Vocês fizeram-nos passar por um grande sofrimento, pois não quiseram fazer um acordo de paz com os assírios.
25. Agora não há ninguém para nos socorrer. Deus entregou-nos nas mãos dos nossos inimigos. Eles vão encontrar-nos caídos de sede, no chão, e sem forças para resistir.
26. Portanto, mandem chamar os assírios e entreguem a cidade a Holofernes, para que os seus soldados levem tudo o que há nela.
27. É melhor que eles nos levem como prisioneiros. Seremos escravos, mas continuaremos vivos e não teremos de ver a morte das nossas crianças, e também não morrerão as nossas mulheres e os nossos filhos.
28. Que o céu e a terra sejam testemunhas contra vós e o nosso Deus, o Senhor dos nossos antepassados. Ele está a castigar-nos por causa dos nossos próprios pecados e por causa dos pecados dos nossos antepassados. Atendam ao nosso pedido e entreguem-se hoje ao inimigo!»
29. Todos os que estavam reunidos ali começaram a chorar ao mesmo tempo e a orar em voz alta a Deus, o Senhor.