8. Esses povos pegam em ouro e com ele fazem coroas, que colocam nas cabeças dos seus deuses, como se estes fossem raparigas que gostam muito de se enfeitar.
9. E às vezes os sacerdotes roubam uma parte do ouro e da prata desses deuses para pagar as suas próprias despesas e também para pagarem às prostitutas dos templos.
10. Embelezam esses deuses de madeira, ouro e prata com vestuário, como se fossem pessoas; no entanto, não se podem proteger da ferrugem e das traças.
11. Mesmo que estejam vestidas de roupas de púrpura, essas imagens ficam cobertas de pó do templo, e é preciso alguém tirar o pó das suas caras.
12. Um dos ídolos está com um cetro na mão, como se fosse juiz sobre uma província, mas não tem poder para condenar à morte alguém quem o ofende.
13. Outro segura uma espada na mão direita e um machado na outra mão, mas não pode defender-se de soldados inimigos nem de ladrões.
14. Tudo isso prova que os ídolos não são deuses verdadeiros; portanto, não tenham medo deles.
15. Tal como os instrumentos feitos por mão humana se quebram e perdem a utilidade, assim são esses deuses, colocados nos seus templos.
16. Os seus olhos cobrem-se de pó, que é levantado pelos pés de quem entra no templo.
17. Do mesmo modo que se tranca a cela da prisão para um homem condenado à morte, por ter ofendido o rei, os sacerdotes protegem o templo com portas pesadas, fechaduras e trancas, para impedir os ladrões de o pilhar.
18. Os sacerdotes acendem mais lamparinas para os deuses do que para si mesmos; mas esses deuses não podem ver nenhuma delas.
19. São como uma viga do templo cujo interior é corroído, segundo dizem, por bichos da terra que os devoram juntamente com as suas roupas, sem que eles o percebam.
20. Os seus rostos estão negros por causa do fumo que há no templo.
21. Morcegos, andorinhas e outros pássaros voam sobre os seus corpos e as suas cabeça, e os gatos também lhes saltam por cima.
22. Assim podem ter a certeza de que eles não são deuses verdadeiros; portanto, não tenham medo deles.
23. Esses deuses foram folheados a ouro para ficarem bonitos; mas, se ninguém os polir da ferrugem, não brilham. E, quando estavam a ser fundidos nas forjas, nada sentiam.
24. Custaram um elevado preço, mas não são capazes de respirar.
25. Não têm pés e por isso precisam de ser carregados aos ombros, mostrando assim aos homens que são motivo de desonra. E os seus adoradores ficam envergonhados quando um deles cai no chão e precisa de ser levantado.
26. Mesmo depois de levantado, ele sozinho não é capaz de sair do seu lugar; se estiver inclinado, não se consegue endireitar. São-lhe apresentadas ofertas como se faz com os mortos.