39. Como é possível, então, pensar ou dizer que eles são deuses?
40. Os próprios caldeus desonram os seus deuses, pois quando veem alguém que não pode falar, por ser mudo, levam-no ao deus Bel e pedem que ele o faça falar, como se esse deus os pudesse ouvir.
41. E não são capazes de abandonar os seus deuses, embora saibam tudo isto, pois não têm entendimento.
42. As mulheres, com um cordão amarrado na cintura, ficam sentadas nas ruas, queimando farinha de trigo, como se fosse incenso.
43. Quando uma delas é levada por algum homem para dormir com ele, ri-se das outras por não terem tido a sorte de serem escolhidas.
44. Tudo o que se passa com esses deuses é falsidade; como é possível pensar que são deuses? Como é possível chamar-lhes deuses?
45. Esses deuses são feitos por escultores e ourives e só podem ser aquilo que esses artesãos querem que eles sejam.
46. Os que os fazem não têm vida longa; como é possível, então, que as coisas que eles fazem sejam deuses?
47. Assim essas pessoas só deixam falsidade e ignomínia para os seus descendentes.
48. Em tempos de guerra ou de calamidades, os sacerdotes discutem entre si onde poderão esconder-se com os seus deuses.
49. É incrível que eles não percebam que aqueles ídolos não são deuses, pois não podem salvar-se a si mesmos da guerra ou das calamidades.
50. São feitos de madeira e folheados a ouro e prata, e mais cedo ou mais tarde todos ficarão a saber que não passam de um engano. Todos os pagãos e todos os reis acabarão por reconhecer que aqueles ídolos não são deuses; são apenas obras feitas por mãos humanas, coisas que não têm nenhum poder divino.
51. Não é claro, então, que eles não são deuses?