21. Dava dó ver a confusa prostração da multidão e a apreensão em que se achava o angustiado sumo sacerdote.
22. Enquanto, pois, pediam ao Senhor Todo-Poderoso que guardasse em segurança os seus depósitos,
23. Heliodoro, por seu turno, cumpria o que fora decidido.
24. Achava-se já ele junto do tesouro, com os seus guarda-costas, quando o Senhor dos espíritos celestiais e de todas as autoridades se lhe manifestou tão tremendamente, que todos os que ousaram acompanhar Heliodoro ficaram cheios de pavor com o poder de Deus e desfaleceram de terror.
25. Viram um cavalo magnificamente arreado, montado por um cavaleiro de aparência terrível; acometendo com fúria, lançou os cascos dianteiros contra Heliodoro. O cavaleiro envergava o que parecia uma armadura de ouro.
26. Apareceram-lhe dois outros jovens, de força extraordinária e esplendorosa beleza, e magnificamente trajados. Colocando-se cada um de cada lado de Heliodoro, chicoteavam-no sem cessar, desferindo-lhe golpe sobre golpe.
27. De repente, Heliodoro caiu no chão desmaiado. Os seus companheiros tomaram-no e colocaram-no numa maca;
28. aquele homem, que um pouco antes tinha entrado no referido tesouro do templo, com grande escolta e todos os seus guarda-costas, era agora carregado, incapaz de se ajudar a si próprio. E presentes reconheceram que se tinha manifestado o poder de Deus.
29. Jazia prostrado por ação divina, sem voz e privado de toda a esperança e socorro.
30. Os judeus, por seu turno, louvavam ao Senhor que tinha glorificado extraordinariamente o seu santo lugar. E o santuário, onde antes havia medo e tumulto, estava agora repleto de alegria e felicidade pela manifestação do Senhor Todo-Poderoso.
31. Alguns amigos de Heliodoro foram rapidamente pedir a Onias que suplicasse ao Altíssimo que concedesse a vida àquele homem, que jazia praticamente à beira do último suspiro.